Eu viro minha cabeça, mas não há nada
Tudo o que há é meu pensamento irracional
E olhares em uma inútil caçada
Eu fecho a porta para manter fora o mal
E tampo meus ouvidos para manter fora os medos
Mas ouço essas vozes
Esta casa
está me dando arrepios
Quem está na
porta?
Quem está
andando por perto?
Ou a minha
imaginação inventou?
Onde posso ir, onde posso me esconder
Essas
sombras pintadas na parede
Dizem-me que
não há lugar para me acolher
Nem mesmo na
sombra das suas asas
Sim, eles estavam lá quando acordei
Mas
estavam mortos quando fui me deitar
E
estarão mortos antes do dia acabar
Remorsos
caminham pela casa a cochichar
Estão
aqui para reviver meus momentos mais sombrios
Todos
os mortos - vivos saíram para brincar
E
todos querem seu pedaço de carne
Mas
gosto de ficar com algumas coisas para mim
E
não posso deixar que levem tudo
Não
posso como sempre, me acomodar
Sempre
carreguei esse peso nos ombros
Mas
essa noite vou sepultá-los na terra
Eu
gosto de manter minhas questões só para mim
É
difícil viver com a culpa no seu pé
Então
livrei-me dela
Já
cansei dessa angústia sem graça
Essa
noite vou acabar com essa história e recomeçar tudo
Pois procurando o paraíso, encontrei essa tormenta em mim
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"O homem dissipa a sua angústia inventando ou adaptando desgraças imaginárias."